Einstein e seu amor pela música

Como um afiado e talentoso violinista, a música era uma das paixões de Einstein ao longo de sua vida. Seus gostos musicais, no entanto, eram nitidamente conservadores, como Brian Foster explica na matéria publicada em Janeiro de 2005 pela revista Physicsworld.


Obs: Falar de musica clássica em um blog de musica eletrônica pode não ter sentido, mas este artigo exemplifica que Einstein, além de um homem que promovia a paz, foi um critico musical.


Ao celebrarmos o centenário de suas importantes descobertas em 1905. É humilhante notar que Einstein não foi apenas o notável cientista do século 20, mas também um talentoso e entusiasmado músico. Ele disse uma vez que se ele não fosse um cientista, ele teria sido um músico. "A vida sem a reprodução de música é inconcebível para mim,'' declarou. "Eu vivo meus sonhos diários na música. Eu vejo minha vida em termos de música... Eu recebo mais alegria na vida proveniente da música.''

A Mãe de Einstein, Pauline, era uma talentosa pianista que trouxe a música para a vida da família. Albert começou a aprender violino aos seis anos de idade, enquanto sua família ainda morava em Munique. No entanto, ele trabalhava sob inimaginável ensino até descobrir as alegrias das sonatas de Mozart com a idade de 13. A partir daquele ponto em diante, embora ele não tivesse mais lições, seu violino permaneceu como seu constante companheiro.

Quando Einstein se mudou para Aarau na Suíça em 1895 para completar a sua escolaridade, ele parece ter dedicado uma boa parte de seu tempo à música. Há registros de que ele trabalhou duro na sonata de violino de Brahms em Sol-Maior a fim de obter o benefício integral de uma visita a Aarau do grande violinista Joseph Joachim.
Pouco antes de seu 17º aniversário, Albert tocou em um exame escolar de música cantonal. O inspetor relatou que "um estudante chamado Einstein brilhou profundamente na performance de um adagio de uma das sonatas de Beethoven''. Além de suas proezas no violino, ele também desempenhou no piano e, em particular, gostou de improvisar.

Música para o divertimento e a física


A música não era apenas um relaxamento para Einstein, também o ajudou em seu trabalho. Sua segunda esposa, Elsa, dá um raro vislumbre de sua vida casual. "Como uma menina, eu me apaixonei por Albert porque ele tocou Mozart tão lindamente no violino'', ela escreveu uma vez. "Ele também toca piano. A música ajuda-o a pensar sobre suas teorias. Ele vai para o seu estudo, volta, toca alguns acordes no piano, anota algo e retorna ao seu estudo."

Mais tarde em sua vida, sua fama como um físico muitas vezes o levou a convites para se apresentar em concertos beneficentes, que geralmente aceitava prontamente. Em um caso, um crítico, sem saber da real reivindicação à fama de Einstein como físico escreveu: "Einstein toca excelentemente. Contudo, sua fama mundial é desmerecida. Já existem muitos violinistas que são tão bons quanto.''
Em tom de piada, ao deixar outro concerto em que Einstein havia tocado, comentou, ''Eu suponho que agora o violinista austríaco Fritz Kreisler vai começar a dar aulas de Física.''

Todavia, há relatos conflitantes sobre suas habilidades musicais. Provavelmente, o menos generoso vêm de grandes artistas, de quem Einstein contou muitas vezes como amigos pessoais, bem como parceiros de música. Estes incluíram o pianista Artur Rubinstein, o violoncelista Gregor Piatigorski, e Bronislaw Huberman, um dos mais notáveis e virtuosos violinistas idiossincráticos do século 20. Em 1936 Huberman visitou Einstein em Princeton para discutir seus planos para fundar a orquestra que eventualmente se tornou a Israel Philharmonic, de que Einstein era um proeminente defensor. Provavelmente, a marca de Einstein como violinista se resume nas palavras de seu amigo mais próximo Janos Plesch, que escreveu: "Há muitos músicos com muito melhor técnica, mas nenhum, creio eu, que já tocou com um sentimento tão profundo e com tanta sinceridade".

Gostos conservadores


O revolucionário físico que derrubou o universo clássico de Isaac Newton foi, todavia, profundamente conservador em seus gostos musicais. Ele adorava Mozart e Bach, de quem ele escreveu em resposta a um editor, "O que eu tenho a dizer sobre Bach é trabalhe: escute, toque, ame, reverencie, e mantenha sua boca fechada''. Ele admirava Beethovem mas não o adorava, enquanto Schubert, Schumann e Brahms tinha somente cautela e aprovação parcial.

Na verdade, quanto mais contemporâneo era o compositor, Einstein tornava-se menos entusiasmado. De Wagner, ele disse, "Eu admiro Wagner, sua inventividade, mas vejo sua falta de arquitetura e estrutura como decadência. Além disso, para mim, sua personalidade musical é indescritivelmente ofensiva de modo que eu só posso ouvi-lo com nojo''. 

Apesar de ter sido oferecida a oportunidade de possuir um Guarneri, Einstein preferiu tocar com um violino menos distinto, deixando os grandes instrumentos para aqueles a quem ele sentia que realmente precisava de seu poder e complexidade. Em direção ao fim de sua vida, quando ele sentiu que sua mão esquerda estava caindo facilmente, ele deixou seu violino de lado e nunca o pegou novamente. Contudo, Einstein nunca perdeu seu amor pelo instrumento. Como uma vez disse, "Eu sei que a maioria das alegrias em minha vida vieram até a mim, através do meu violino"

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